domingo, 28 de novembro de 2010

«DEUTSCHLAND»


Paquete alemão da companhia Hamburg-Amerika Linie. Foi construído pelos estaleiros navais A.G. Vulkan de Stettin (a actual Szczecin, na Polónia), que o lançaram ao mar no dia 10 de Janeiro de 1900. Era um navio luxuoso de quatro chaminés, com 16 502 toneladas de deslocamento e com 209 metros de comprimento por 20,42 metros de boca. As suas 2 máquinas de quádrupula expansão (37 800 cv de potência global) proporcionavam-lhe uma velocidade de cruzeiro de 22 nós e permitiram-lhe arrebatar a famosa e cobiçada flâmula azul logo na sua primeira viagem entre a Europa e a costa leste dos Estados Unidos; distância que o novo transatlântico alemão transpôs em 5 dias, 15 horas e 46 minutos. Essa viagem revelou, porém, algumas debilidades do navio : vibrações importantes, consumo de carvão particularmente elevado, etc. Por essa época, o paquete podia embarcar 2 100 passageiros, além da sua tripulação normal de 534 membros. Submetido a grandes trabalhos -em 1910/1911- no estaleiro que o realizou, o navio saiu de lá com o novo nome de «Viktoria Luise» (em honra de uma das princesas imperiais), com uma pintura toda branca e com os interiores modificados, de modo a assegurar o seu sucesso junto de uma nova clientela-alvo : a aristocracia endinheirada da Alemanha e da Europa do norte. O navio foi uma das primeiras embarcações de cruzeiro do seu tempo a facultar aos seus passageiros um autêntico jardim de Inverno, uma moderna e vasta sala de ginástica e outros requintes. Nessa altura, o paquete podia receber 487 passageiros de primeira classe, a única a funcionar a bordo. Foi também um dos primeiros navios de lazer a propor cruzeiros nas Caraíbas e no mar Mediterrâneo, além das tradicionais viagens aos fiordes da Escandinávia. Durante a Grande Guerra, o navio não chegou a ser mobilizado (e transformado em cruzador auxiliar, como muitos dos seus congéneres), pelo facto de não se ter resolvido o seu problema de consumo excessivo e da sua fraca velocidade. Em 1921, o paquete voltou ao estaleiro para sofrer novas modificações. Foi nessa ocasião que o antigo «Deutschland» ganhou o seu terceiro e derradeiro nome -«Hansa»- mas que perdeu duas das suas quatro chaminés e que os seus camarotes de luxo foram desmantelados para dar espaço a compartimentos mais reduzidos e menos nobres destinados a uma nova clientela : os emigrantes. Em 1925 o navio voltou ao estaleiro pela última vez, para ser transformado em sucata.

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