domingo, 27 de março de 2011

«GEORGIOS AVEROFF»


Cruzador couraçado da classe ‘Pisa’. Previsto para integrar a marinha real italiana, tal como os seus congéneres «Pisa» e «Amalfi», a construção deste navio foi, no entanto, interrompida -no estaleiro naval Orlando, de Livorno, onde estava a ser realizada- devido a dificuldades de natureza orçamental. A Grécia, que estava a renovar a sua armada, decidiu adquirir o vaso de guerra inacabado, vertendo ao construtor uma primeira fracção do pagamento. Isto graças a um dom importante de Georgios Averoff, um milionário grego. Nessas circunstâncias, o cruzador blindado foi terminado e entregue à marinha helénica no ano de 1911; que deu a esta sua moderna unidade o nome do seu benfeitor. O «Georgios Averoff» deslocava 10 200 tonelada (em plena carga) e media 140 metros de comprimento por 21 metros de boca. As suas máquinas a vapor desenvolviam uma potência de 19 000 shp, que lhe imprimiam a velocidade máxima de 23,5 nós. A sua blindagem atingia, nos pontos mais sensíveis, a espessura de 200 mm e o seu armamento compreendia inúmeras peças de artilharia, de entre as quais se destacavam 4 canhões de 234 mm e 8 de 190 mm. A guarnição deste cruzador couraçado era composta por 670 homens. A primeira missão oficial do navio consistiu numa viagem ao Reino Unido, em meados do ano de 1911, por ocasião da coroação do rei Jorge V. Viagem tormentosa, já que marcada por um encalhe (e passagem forçada pela doca seca), por um levantamento de rancho da guarnição e pela substituição do capitão do cruzador. Sendo o navio mais poderoso envolvido na Primeira Guerra dos Balcão, o «Georgios Averoff» teve papel preponderante nos combates contra a frota turca e na libertação de algumas ilhas do mar Egeu. O navio participou nas batalhas de Elli e de Lemnos, onde ganhou fama de invencibilidade. Durante a Grande Guerra, o navio participou (após a entrada da Grécia no conflito, em 1917) em algumas missões das forças aliadas (na Trácia oriental e no mar Negro) contra o Império Otomano. Esteve em França, entre 1925 e 1927, onde foi modernizado. No período da 2ª Guerra Mundial, o navio participou na evacuação da ilha de Creta, antes de rumar (por iniciativa dos britânicos) para o Oriente, através do canal de Suez. Voltou à Grécia libertada em fins de 1944, levando para Atenas o governo grego exilado. Obsoleto, o «Georgios Averoff» foi desmobilizado em 1952. Depois de ter sido abandonado (entre 1956 e 1983) num porto da ilha de Poros, o cruzador foi restaurado e transformado em navio-museu. Encontra-se, actualmente, atracado num cais de Palaio Faliro, nos subúrbios da capital grega, onde recebe anualmente muitos visitantes.

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