sábado, 7 de maio de 2011

«CALDAS»


Chamou-se inicialmente «Douro». Era um contratorpedeiro da classe ‘Vouga’ e foi construído, em 1935, nos estaleiros da CUF, na Rocha do Conde de Óbidos (Lisboa). Por sugestão do governo britânico, este navio foi vendido pelo governo português à armada da Colômbia (país que se encontrava, nessa época, em estado de guerra latente com o Peru, por causa de uma questão de fronteiras), onde tomou o nome de «Caldas». Nunca chegou a combater a frota rival, pelo facto do tal problema de fronteiras se ter resolvido, entretanto, por via diplomática. O «Caldas foi, no período -que precedeu a Segunda Guerra Mundial- o maior, o mais veloz e o mais forte navio da armada colombiana, a par do «Antiquoa» (ex-«Tejo»), também ele construído em Portugal e cedido nas mesmas circunstâncias. O «Caldas» (nome de uma região da Colômbia) deslocava 1 563 toneladas (em plena carga) e media 96 metros de comprimento por 6,50 metros de boca. A sua guarnição superava os 180 homens. A sua propulsão era assegurada por um sistema de turbinas a vapor, que lhe proporcionava uma velocidade máxima de 36 nós e lhe consentia uma autonomia de 9 700 quilómetros, com a velocidade estabilizada a 15 nós. O seu armamento principal era constituído por 4 peças de artilharia de 120 mm, que tinham um alcance superior ao dos cruzadores peruanos da classe ‘Almirante Grau’. Em 1944, durante uma patrulha que cumpriu no mar das Caraíbas foi-lhe atribuída a destruição de um submersível alemão; o que nunca chegou a ser confirmado oficialmente. Em fins de Fevereirode 1955, o «Caldas» foi protagonista de um curioso incidente no regresso de uma viagem aos Estados Unidos da América, país onde estivera a sofrer trabalhos de modernização. Durante essa viagem, que tinha como destino o porto de Cartagena de las Indias , o navio colombiano foi derribado por ondas tempestuosas, que iam causando a sua perda. Oito dos seus tripulantes foram atirados ao mar, sete dos quais pereceram. A armada colombiana atribuiu o desastre aos trabalhos executados pelo estaleiro norte-americano, que terão modificado o centro de gravidade do navio e, levado à sua desestabilização. Mas, um jornalista do «El Espectador» (periódico de Bogotá) logrou entrevistar o marinheiro do «Caldas» jogado ao mar e que sobrevivera ao incidente; tripulante que declarou que o desastre se ficara a dever a um excesso de carga particular (constituída, essencialmente, por electrodomésticos ) embarcada nos EUA pela guarnição do navio, especialmente pelo corpo de oficiais. A polémica instalou-se. E ainda hoje perdura, devido à publicação do livro intitulado «Relato de um Náufrago», da autoria do nobelizado escritor local Gabriel García Márquez. Que, em 1955, era o tal repórter do diário «El Espectador», de que acima se fala.

1 comentário:

  1. excelente site, eu estou fazendo um game sobre navios(piratas) e essas informações foram muito validas =)

    Edson Santos
    http://epsantoswork.blogspot.com/

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