quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

«ALASKA»


Construído em 1881 nos estaleiros navais de John Elder & Cº, na Escócia, este navio de propulsão mista (vela/vapor) pertenceu à frota que o armador britânico Stephen Barker Guion colocou na linha Liverpool-Queenstown-Nova Iorque em finais do século XIX. O «Alaska» era um navio com 8 000 toneladas de deslocamento, medindo 158 metros de comprimento por 15,20 metros de boca. O seu moderno sistema propulsivo (turbina a vapor) desenvolvia uma potência capaz de lhe imprimir uma velocidade de cruzeiro de 16 nós. Para além deste meio, o «Alaska» dispunha, ainda, de um notável aparelho vélico montado nos seus 4 mastros, que envergavam pano redondo à vante e latino à popa. Vocacionado para o transporte de emigrantes (que embarcavam, geralmente, em Queenstown, e que se instalavam nos porões à razão de um máximo de 1 000 pessoas por viagem), este navio da Guion Line dispunha, no entanto, de camarotes de 1ª classe, capazes de acolher confortavelmente 350 passageiros mais afortunados. Aquando do seu lançamento, o «Alaska» -que iria concorrer com as mais prestigiosas unidades das frotas da Cunard, da White Star e da Inman- foi considerado o maior navio do mundo do seu tempo e apodado (pelo jornal «New York Times») de ‘navio-mamute’. O referido órgão de imprensa gabou-lhe, igualmente, as suas instalações e equipamentos, que considerou excelentes. O «Alaska», que foi o primeiro navio da carreira transatlântica a ligar o Novo Mundo à Europa em menos de uma semana de navegação (em 6 dias, 18 horas e 37 minutos, recorde estabelecido em Setembro de 1882), conquistou, por quatro vezes, a cobiçada ‘flâmula azul’. O seu primeiro armador abriu falência em 1894 (depois do «Alaska» ter efectuado uma centena de travessias do Atlântico) e, três anos mais tarde, o navio foi vendido à Compañia Transatlântica (espanhola), que lhe deu o novo nome de «Magallanes» em honra do primeiro circum-navegador da Terra : o português Fernão de Magalhães. O navio foi, depois, fretado ao Estado e utilizado como transporte de tropas. Em 1899 foi adquirido pelos estaleiros navais de Barrow, que se serviram dele como alojamento e o desmantelaram em 1902.

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