quarta-feira, 27 de junho de 2012

«PILSUDSKI»



Paquete polaco construído em 1935 nos estaleiros italianos da firma Cantieri Reuniti del Adriatico (Monfalcone). Curiosamente e no interesse dos contratantes (o comanditário e o executante da obra), parte substancial do preço do navio foi pago com carvão das minas da Polónia. O «Pilsudski», assim baptizado em honra de um prestigioso marechal do exército nacional, apresentava-se como um navio de 14 294 toneladas de deslocamento e media 162 metros de comprimento por 21,60 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas diesel e por 2 hélices, que lhe facultavam uma velocidade máxima de 18 nós. A sua viagem inaugural, que partiu de Gdynia (para Nova Iorque) a 15 de Setembro de 1935, foi algo atribulada em consequência do mau tempo reinante no Atlântico norte. Mas teve o mérito de revelar que o navio apresentava algumas deficiências de natureza estrutural, que afectavam as suas qualidades de navegabilidade com mar agitado. Por essa razão, o navio entrou num estaleiro da chamada Cidade dos Arranha-Céus para se submeter a alguns reparos. O «Pilsudski» (que era irmão gémeo do «Batory») fez uma dezena de viagens, de ida e volta, entre a Polónia e os Estados Unidos da América; mas também realizou alguns cruzeiros de Verão aos fiordes noruegueses e algumas viagens turísticas às ilhas do Caribe. Quando rebentou o segundo conflito generalizado –que começou com a invasão da Polónia pelas tropas de Hitler- o «Pilsudski» refugiou-se nas ilhas britânicas; onde o navio e respectiva tripulação foram mobilizados para participar no esforço de guerra contra o nazismo. Transformada em cruzador auxiliar (num estaleiro de Newcastle), esta unidade foi incumbida de realizar uma viagem para a Austrália com um carregamento de material estratégico, nomeadamente ferro e aço. Mas, na madrugada de 26 de Novembro de 1939, o paquete polaco embateu em duas minas, quando navegava ao largo da costa inglesa do Yorkshire. O seu afundamento foi lento, o que permitiu salvar a sua tripulação de cerca e 180 membros, à excepção de dois homens, sendo um deles o capitão do navio, que morreu de hipotermia, depois de ter sido resgatado de um dos botes salva-vidas. A carcaça do desventurado paquete polaco repousa, quase intacta, a 33 metros de fundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário