domingo, 3 de junho de 2012

«PRINZESSIN VICTORIA LUISE»



Construído (em 1900) enquanto transatlântico de passageiros para a companhia Hamburg-Amerika Linie, este elegante e luxuoso navio -com aspecto de iate privado- foi realizado pelos famosos estaleiros hamburgueses da firma Blohm und Voss. Apesar da sua vocação principal, o «Prinzessin Victoria Luise» também foi concebido para passear turistas em excursões nas Caraíbas, através do Mediterrâneo e dos mares do Próximo Oriente (acessíveis pelo canal de Suez) durante a estação invernal. O navio, cujo nome lhe foi dado em honra de uma das filhas do imperador Guilherme II, apresentava 4 409 toneladas de arqueação bruta e media 125 metros de comprimento por 16 metros de boca. O «Prinzessin» dispunha de 120 camarotes de 1ª classe, todos eles sumptuosamente mobilados. Oferecia, também, aos seus passageiros uma biblioteca, salões de fumo, um ginásio e até uma câmara escura para fotógrafos amadores, aprestos que faziam dele um navio reservado às elites do tempo. Equipado com duas máquinas a vapor de quádrupla expansão, este soberbo navio podia navegar à velocidade constante de 15 nós. A viagem inaugural do «Prinzessin Victoria Luise» iniciou-se a 5 de Janeiro de 1901, data em que zarpou de Hamburgo com destino a Nova Iorque (onde chegou a 17 do mesmo mês), com escalas em Boulogne-sur-Mer e Plymouth. E o primeiro de todos os seus cruzeiros fez-se às Caraíbas, logo que terminou a sua primeira viagem transatlântica. O navio acabou por executar apenas seis travessias oceânicas, tendo o resto da sua carreira sido consagrada às viagens de lazer, orientadas, sobretudo, na rota das então chamadas Índias Ocidentais, do Báltico, do mar Negro (destino então muito em voga entre as classes abastadas) ou do Mediterrâneo. A vida do «Prinzessin Victoria Luise» foi curta, já que terminou, bruscamente, na manhã do dia 16 de Dezembro de 1906, nas costas da Jamaica. Nesse dia, o seu comandante cometeu um gravíssimo erro de navegação (facto posteriormente estabelecido pela comissão de inquérito que averiguou o caso) e atirou o navio contra um trecho rochoso da costa dessa ilha, nas proximidades de Port Royal. Todas as tentativas para safar o navio foram inúteis. Perante isso, o seu comandante fechou-se na sua cabine e suicidou-se. Melhor sorte tiveram a equipagem e os passageiros do esplêndido vapor alemão, que pôde ser resgatada. Declarado irrecuperável, após inspecção das autoridades marítimas locais, o navio acabou por ser desmantelado ‘in situ’. Curiosidade : a belíssima proa do «Prinzessin Victoria Luise» -que é, geralmente, considerado como o primeiro de todos os navios de cruzeiro- estava decorada com uma figura em madeira esculpida representando a sua imperial madrinha.

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