quarta-feira, 11 de julho de 2012

«CORSAIR IV»


Iate de luxo, o «Corsair IV» foi mandado construir -no estaleiro da firma Bath Iron Works, Maine- pelo magnata norte-americano J. Pierpont Morgan. Quando foi lançado à água, em 1930, o «Corsair IV» apresentava a particularidade de ser o maior iate privado jamais realizado em estaleiros dos Estados Unidos. O navio –com 2 142 toneladas de arqueação bruta e com 104,55 metros de comprimento fora a fora- custou 2,5 milhões de dólares, o que equivaleria, hoje, a 60 milhões de dólares. O milionário Morgan e a sua família utilizaram este luxuoso navio até vésperas da 2ª Guerra Mundial; navio que dispunha de 42 camarotes (capazes de receber 82 convidados), todos eles mobilados e decorados com requintes palacianos. Vendido, depois do conflito, a um armador da costa oeste dos ‘states’ (a companhia Alaska Steamship), o «Corsair» viu o seu nome abreviado e passou a operar, sobretudo, no oceano Pacífico, oferecendo viagens de sonho a turistas da classe endinheirada. O seu destino preferido era Acapulco (então a estância balnear preferida dos americanos abastados), mas também fez viagens ao Havai, ao golfo da Califórnia e às Caraíbas, com passagem pelo canal de Panamá. Foi, por outro lado, este navio que começou a proporcionar os primeiros cruzeiros de Verão ao Alasca. Esses cruzeiros compreendiam incursões ao espectacular Parque Nacional do Monte McKinley, graças ao afretamento de comboios especiais. Embarcar no «Corsair» (que continuava a receber a bordo um número limitado de passageiros : 82) tornou-se um privilégio, que obrigava os candidatos a viagens de sonho a integrar longas listas de espera. O navio dispunha de uma tripulação de 76 membros, entre os quais figuravam reputados chefes de cozinha, alguns deles provenientes da Europa. Daí os preços praticados serem elevadíssimos para a época. Essas tarifas nunca eram inferiores a 600 dólares, soma que, em finais dos anos 40 do século XX, correspondia a 25% da remuneração anual de uma família norte-americana típica. A carreira do «Corsair» terminou, bruscamente, no dia 12 de Novembro de 1949, quando o luxuoso navio encalhou numa costa rochosa da chamada Riviera Mexicana, nas proximidades de Acapulco. Não houve vítimas a lamentar, já que todos os seus passageiros e tripulantes puderam ser evacuados pelas baleeiras do iate. Mas o navio –glória do turismo elitista- foi considerado irrecuperável e condenado ao camartelo.

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