sábado, 14 de julho de 2012

«DE GRASSE»


Transatlântico francês, que fez parte da frota da Compagnie Générale Transatlantique. Curiosamente, os trabalhos de construção deste elegante navio foram começados no estaleiro britânico da firma Cammel Laird, de Birkenhead, e terminados em Saint Nazaire, França. O paquete começou por chamar-se «Suffren», mas já foi lançado à água –em 1924- com o designativo definitivo de «De Grasse». A sua arqueação bruta era de 17 759 toneladas e as suas dimensões as seguintes : 167,64 metros de comprimento por 21,67 metros de boca. As suas máquinas (2 grupos de turbinas) desenvolviam uma potência conjugada de 12 500 cv, força que permitia ao navio deslocar-se à velocidade de cruzeiro de 17 nós. Capaz de transportar mais de 700 passageiros, o «De Grasse» entrou em serviço no mês de Agosto de 1924 na mais prestigiosa linha do seu armador : Havre-Nova Iorque. Foi modernizado em 1932, em consequência do rendoso negócio dos cruzeiros, que o navio efectuou, pontualmente, no Mediterrâneo e nas Caraíbas, com partidas do seu porto de abrigo (Havre), mas também de Nova Iorque com clientela norte-americana. Este navio teve vida atribulada a partir de 1937, já que, nesse ano, depois de ter inaugurado uma nova linha para a chamada ‘cidade dos arranha-céus’ com escalas em Cork e Boston, foi vítima de um incêndio, que resultou num morto. Em 1940, depois da derrota militar da França e da ocupação alemã, o navio foi desactivado e levado para Bordéus, onde serviu de alojamento flutuante às tropas hitlerianas e às equipagens dos submarinos da Itália fascista que, ao tempo, escalavam o porto girondino. Devolvido ao governo colaboracionista de Vichy, em Maio de 1942, o navio serviu, durante algum tempo, como navio-escola. Em Agosto de 1944, quando os germânicos já retiravam de França, o navio foi afundado (em frente de Blaye) pelas tropas em debandada. Reemergido um ano mais tarde e perfeitamente restaurado nos estaleiros de Saint Nazaire, o «De Grasse» regressou, de novo, à linha de origem : Havre-Nova Iorque, onde permaneceu até 1952. Nesse ano fez sete rotações entre a Europa e as Antilhas, até que –em Março de 1953- foi vendido à Canadian Pacific Lines, que lhe deu o nome de «Empress of Australia» e o afectou à carreira Liverpool-Quebeque-Montreal; na qual substituiu o navio «Empress of Canada», destruído por um incêndio. O ex-«De Grasse» ainda ostentou o pavilhão da Siosa Line, por conta da qual fez –com o nome de «Venezuela»- carreiras para as Antilhas e a América Central. O fim do já veterano paquete teve lugar nuns rochedos da baía de Cannes (Mediterrâneo), nos quais ele se encastrou acidentalmente no dia 17 de Março de 1962. A sua demolição começou ainda nesse ano num estaleiro de La Spezia (Itália).

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