terça-feira, 10 de julho de 2012

«ZENTA»

Cruzador da armada austro-húngara com breve participação na Grande Guerra. Foi cabeça de série de uma classe de navios que recebeu o seu nome e que compreendeu, igualmente, o «Aspern» e o «Szigetvar». Estava completamente ultrapasado, do ponto de vista tecnológico, quando rebentou o primeiro conflito generalizado. Foi construído no arsenal de Pula (cidade portuária da actual Croácia) em 1897, mas só foi integrado nos efectivos da marinha imperial dois anos mais tarde. Com uma guarnição de 308 homens, o «Zenta» deslocava 2 543 toneladas (em plena carga) e media 96,88 metros de comprimento por 11,73 metros de boca. Movido por duas máquinas a vapor de tripla expansão e por 2 hélices, este cruzador podia atingir a velocidade máxima de 20,8 nós e dispor de 3 500 milhas náuticas de autonomia com andamento reduzido a 10 nós. Curiosamente, podia içar 586 m2 de velas, como equipamento de propulsão auxiliar. Do seu armamento principal sobressaíam 8 canhões de 120 mm, 8 outros de 47 mm (todos fabricados pela Skoda), mais 2 Hotchkiss de 47 mm e 2 tubos lança-torpedos de 450 mm. Estava protegido por uma blindagem ligeira que não ultrapassava (nos seus pontos mais vulneráveis) os 35 mm. Em finais do ano de 1899, o «Zenta» iniciou um cruzeiro que o levou (via Suez) a portos do Extremo Oriente (Singapura, Hong Kong, Macau, Xangai, Nagasaqui, Kagoxima, etc) e que lhe deu a ocasião de participar nalgumas das operações da chamada Guerra dos Boxers. Parte da sua guarnição (75 homens) também teve intervenção terrestre, já que integrou as forças que evacuaram funcionários das embaixadas ocidentais. Entre 1902 e 1903, o cruzador «Zenta» realizou nova viagem internacional, com visitas à África do Sul (Cidade do Cabo), a portos da América latina (Montevideo, Buenos Aires e Rio de Janeiro), do sul da Europa (Funchal, Cádiz, Málaga, Corfu) e do norte de África (Tânger e Tunis). Colocado na reserva naval, o «Zenta» foi retirado dessa situação em 1914, para participar no bloqueio da costa montenegrina. Logo no início da Grande Guerra, a 16 de Agosto de 1914, o vetusto cruzador austro-húngaro viu-se constrangido a afrontar uma poderosa esquadra anglo-francesa, que o afundou sem remissão durante a batalha naval de Antivari. 179 membros da sua guarnição perderam a vida durante esse combate desigual.

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