segunda-feira, 10 de setembro de 2012

«ANDES»



Paquete da Mala Real Inglesa (Royal Mail Steam Packet Cº.), o «Andes» foi construído em vésperas da 1ª Guerra Mundial (em 1913) pelos estaleiros Harland & Wolff, de Belfast. Era irmão gémeo do «Alcântara», também ele propriedade da supracitada casa armadora. O «Andes» apresentava 15 620 toneladas de arqueação bruta e media 179,50 metros de comprimento por 20,40 metros de boca. Podia transportar 1 330 passageiros em três classes distintas. O «Andes» iniciou a sua carreira ligando Southampton a Valparaiso, sendo, logo após essa viagem inaugural, colocado na linha do Brasil/Argentina com escala em Lisboa. Mobilizado pela ‘Royal Navy’ quando rebentaram as hostilidades contra a Alemanha, este navio recebeu algumas peças de artilharia para, na sua nova qualidade de cruzador-auxiliar, poder assegurar a escolta de comboios das nações aliadas do Reino Unido no oceano Atlântico. Em 29 de Fevereiro de 1916, o «Andes» participou numa acção bélica contra o «Greif», um vaso de guerra inimigo, da qual resultou a perda do cruzador germânico, mas também a do «Alcântara», gémeo do «Andes».Foi este navio que, ainda com o pavilhão da marinha real britânica, evacuou -em 1919- do porto russo de Murmansk, parte das forças inglesas que haviam sido enviadas àquelas paragens para ajudar o exército branco contra os revolucionários bolcheviques. Tendo regressado à sua actividade de origem, o «Andes» sofreu trabalhos de grande envergadura, em 1930, que o transformaram em navio de cruzeiros, com capacidade para receber 450 viajantes. Baptizado, desde então, com o nome de «Atlantis», este paquete passou a operar no mar das Caraíbas, mas também nos tão apreciados fiordes da Noruega. Em 1939, com a eclosão do 2º conflito generalizado, o antigo «Andes» foi, uma vez mais, mobilizado, transformado em navio-hospital e enviado, em 1939, para a base britânica de Alexandria, no Mediterrâneo oriental. Esteve depois, em 1940, implicado nas operações de evacuação das tropas britânicas de Narvik (Noruega) e, no Índico, nas operações de trocas de prisioneiros das diferentes nações beligerantes. Depois do fim do conflito, em 1946, o navio voltou às suas tarefas de tempo de paz. Modificado, para poder receber 900 passageiros de 3ª classe, o navio foi afectado ao transporte de emigrantes entre a Europa e a Austrália e a Nova Zelândia. Actividade que abandonou em 1952, ano em que foi vendido para a sucata. Este antigo navio da prestigiosa Mala Real Inglesa acabou os seus dias num estaleiro da Escócia, onde foi desmantelado.

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