quarta-feira, 19 de setembro de 2012

«KANIMBLA»



Paquete britânico construído em 1935 nos estaleiros da empresa Harland & Wolff, de Belfast (na Irlanda doNorte). Deslocava 11 000 toneladas e media 143 metros de comprimento por 20,20 metros de boca. A sua propulsão, assegurada por máquinas diesel e 2 hélices, desenvolvia 10 000 cv de potência, o que permitia ao «Kanimbla» navegar à velocidade de cruzeiro de 19 nós. Este navio pertenceu à frota da companhia McIlwraith & McEachern Ltd, que o colocou em águas australianas, assegurando carreiras entre os portos de Freemantle (Western Australia) e de Cairns (Queensland). Quando rebentou a Segunda Guerra Mundial, este navio foi requisitado pelas autoridades navais britânicas, que o transformaram em cruzador auxiliar. O «Kanimbla» recebeu, para o efeito, uma dezena de peças de artilharia de vário calibre, das quais duas eram antiaéreas. O navio começou, então, a patrulhar (com o indicativo de amura F23) as costas da Ásia do sudoeste. Hasteava, por essa altura, a bandeira de guerra da ‘Royal Navy’, mas a sua guarnição era maioritariamente composta por australianos. Nessa sua condição, o navio participou na tomada do porto persa de Bandar Shahpur e esteve envolvido noutras operações importantes do conflito. Este antigo paquete sofreu nova remodelação em Abril de 1943, quando foi transformado em transporte de tropas, com a designação oficial de LCI (Transporte de Desembarque de Infantaria). Nessa sua nova configuração, o navio podia receber a bordo cerca de 1 400 tropas e 10 lanchas de desembarque. Foi a partir daí que passou a usar pavilhão da marinha de guerra australiana, a ostentar novo número de amura (C78) e a operar na vasta e perigosa frente do Pacífico. Rearmado, recebeu um reforço de peças antiaéreas. A sua presença passou a ser assinalada nos mares e costas da Nova Guiné, do golfo de Leyte, de Bornéu, etc. A sua meritória acção foi reconhecida pelas autoridades navais aliadas, que distinguiram este navio com 5 valiosas condecorações. Depois da derrota do Japão e da sua rendição incondicional, o «Kanimbla» (cujo nome evoca um vale das Montanhas Azuis, na Nova Gales do Sul) foi desmilitarizado e devolvido aos seus armadores civis. Que, em 1950, o venderam à Pacific Transport Company, empresa que lhe deu o novo nome de «Oriental Queen». O ex-«Kanimbla» passou, desde então, a operar como navio de cruzeiros, visitando sobretudo o Japão e várias ilhas do oceano Pacífico. Foi vendido para o ferro velho em início da década de 70 e desmantelado -em 1974- num estaleiro de Taiwan.

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