quarta-feira, 14 de novembro de 2012

«PHOENICIA»




Réplica (à escala 1/1) de um navio fenício, que terá navegado 600 anos antes da nossa era. O projecto de construção do «Phoenicia» é do universitário e arqueólogo britânico Philip Beale, que quis recrear a mítica viagem de circum-navegação de África relatada por historiadores antigos, tais como o grego Heródoto; que viveu 200 anos depois dos ‘factos’. O navio foi construído por um mestre da construção naval tradicional, o sírio Khalid Hammoud, que se inspirou em escritos e desenhos reproduzindo as características dos antigos navios dos Fenícios, um povo com pergaminhos na história naval do Mediterrâneo. Inspirado pelas experiências da jangada «Kon Tiki» e dos barcos em papiro «Râ», Beale quis demonstrar –com o «Phoenicia»- que as grandes viagens transoceânicas eram possíveis na Antiguidade. Não que se tenham, realmente, realizado. Este navio (manobrado por 12 tripulantes) fez uma circum-navegação de África com partida de Arward (Síria), passagem pelo canal de Suez e regresso ao hemisfério norte pela rota do cabo da Boa Esperança. Esse longo périplo iniciou-se em Agosto de 2008 e foi momentaneamente interrompido por medo da pirataria, muito activa nas águas do chamado Corno de África. O navio retomou, pouco depois, a sua navegação, que terminou 2 anos mais tarde, em 2010, no porto de partida. Após ter cometido a proeza de percorrer 20 000 milhas náuticas. A partir do cabo da Boa Esperança, o «Phoenicia», cruzou o Atlântica pela rota utilizada pelos navegadores lusos de 500. Tendo feito escala no porto da Horta, tal facto foi aproveitado por historiadores de ocasião para atribuir a descoberta dos Açores… aos Fenícios. Esquecendo-se que a História se faz com provas e não com especulações. O «Phoenicia» (cuja aventura foi patrocinada pelo Museu Britânico e pela Real Sociedade de Geografia, de Londres) desloca 40 toneladas e mede 21,50 metros de comprimento. O seu único mastro ostenta uma grande vela rectangular. Em caso de calmaria, a navegação pode ser realizada com a ajuda de remos. Aparentemente velho por fora, o «Phoenicia» está equipado (por dentro) com os mais modernos aparelhos de ajuda à navegação. Essa tecnologia é imposta por leis internacionais, estabelecidas com o intuito de proteger a vida de quem navega em alto mar.

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