sábado, 2 de fevereiro de 2013

«BEETHOVEN»


Este grande veleiro com casco de aço e 4 mastros apresentava uma arqueação bruta de 2 000 toneladas e media 82,80 de comprimento por 12,30 metros de boca. Foi construído em 1904 nos estaleiros da casa Greenock & Grangemouth Dockyard, Cº, de Port Glasgow (Grã-Bretanha) para a companhia Freitas & Cº, de Hamburgo, pertencente a comerciantes de origem portuguesa. Destinado à carga geral (a Freitas & Cº era uma sociedade de importação/exportação) este navio foi vendido em 1911 à Spielmann & Cº, da mesma cidade de Hamburgo, quando o seu primeiro proprietário cessou a sua actividade comercial. Mas, ainda nesse ano, foi parar (não sabemos em que circunstâncias) às mãos do armador norueguês Daniel Strom, sem, todavia, mudar de nome. A sua rota preferida era a da América do sul, facto que obrigou este elegante navio a dobrar, por várias vezes, o temível cabo Horn, cemitério de muitos dos seus congéneres. Transportou toda a variedade de mercadorias sólidas, sendo as operações de carga/descarga apoiadas por um sistema de cabrestante e guinchos a vapor. Em 1913, o «Beethoven», que usava um velame pouco comum, ao qual os britânicos chamam 'barquentine' (os dois mastros de vante aparelhados com panos redondos e os dois de ré com velas áuricas) foi vendido para Itália. Onde também lhe conservaram o designativo de origem. Funcionou um tempo como navio-escola, voltando, finalmente, ao transporte de matérias tais como os nitratos, o carvão, etc. Com as cores da Società Anonima di Trieste, o navio patiu para a sua derradeira viagem a 30 de Março de 1914. Nesse dia, zarpou de Newcastle (G.B.) com um carregamento de carvão com destino ao porto de Valparaiso, no Chile. O «Beethoven» atravessou o oceano Atlântico, entrou no Pacífico e perdeu-se, com todos os seus tripulantes, em data incerta ao largo da costa desse país; devido, muito provavelmente, à violência de um furacão que, assolou o mal nomeado oceano descoberto por Fernão de Magalhães.

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