quarta-feira, 22 de maio de 2013

«LUZITÂNIA 3º»

///////////// Lugre bacalhoeiro construído em 1919, por José da Silva Lapa, num estaleiro de Vila Nova de Gaia, por encomenda da casa armadora Luzitânia - Companhia Portuguesa de Pesca, da Figueira da Foz. O «Luzitânia 3º» era um navio com casco de madeira, que arvorava 3 mastros e apresentava as seguintes dimensões : 318,94 toneladas de arqueação bruta; 45,28 metros de comprimento fora a fora; 9,30 metros de boca; 3,78 metros de pontal. O «Luzitânia 3º» podia carregar 5 736 quintais de pescado. Em 1931/1932 foi alvo de várias melhorias, recebendo novo velame e um motor auxiliar (o primeiro) com 100 cv de potência. A sua tripulação compreendia, então, 45 homens, incluído os pescadores dos dóris. Até à sua conversão em navio-motor, ocorrida no ano de 1945, este bacalhoeiro teve vários capitães. O lugre «Luzitânia 3º» actuou nas zonas de pesca tradicionais dos bacalhoeiros portugueses, quer dizer nos Grandes Bancos da Terra Nova e da Groenlândia, ali tendo exercido a sua faina nos difíceis anos da 2ª Guerra Mundial. Em 1945, como já se referiu, foi profundamente transformado e integrou a categoria dos navios-motor. Na realidade, passou a ser um outro pesqueiro, que já nada tinha a ver com o original e que, por essa razão, recebeu o nome de «Terra Nova». Depois de longo período de inactividade, regressou à faina nos anos 60 do passado século com outra identidade : a do navio-motor «Silvamar». O irreconhecível ex-«Luzitânia 3º» foi vendido em 1977 a um sucateiro, que o mandou desmantelar num estaleiro do Seixal. A fotografia (de autor desconhecido) que ilustra este texto, mostra o lugre em apreço com a pintura usual no tempo do conflito generalizado (1939-1945) : casco branco, bandeira nacional de grandes dimensões pintada à proa, designativo do navio e nome do país de registo.

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