domingo, 19 de maio de 2013

«VESTRIS»

O paquete «Vestris» foi construído, em 1912, pelos estaleiros Workman, Clark & Cº Ltd. de Belfast, na Irlanda. Pertenceu ao armador Lamport & Holt, uma companhia de navegação britânica, que o colocou nas linhas de Nova Iorque e da América do sul. Este navio movia-se graças a 2 máquinas a vapor de quádrupla expansão -desenvolvendo uma potência de 8 000 ihp- e 2 hélices. O «Vestris» era um navio com 10 494 toneladas de arqueação bruta, que media 152 metros de comprimento por 18,50 metros de boca. Com 250 tripulantes, tinha condições para receber 610 passageiros, dos quais 280 eram alojados em camarotes de 1ªclasse. Durante a Primeira Guerra Mundial, o paquete foi requisitado pelas autoridades militares do Reino Unido e assegurou transportes diversificados (tropas, material bélico, mantimentos, etc) e chegou a ser atingido por um torpedo alemão no canal da Mancha. Em 1919, regressou à vida civil, depois de ter sido devidamente restaurado e readaptado às suas primitivas funções. Alugado à Cunard, o «Vestris» voltou a operar na linha Liverpool-Nova Iorque-Buenos Aires. Ainda nesse ano posterior ao armistício, este navio foi vítima de um incêndio, que se declarou nas suas reservas de carvão e que só foi possível extinguir após quatro dias de esforços. O resto da sua carreira desenvolveu-se mais calmamente, até que -no dia 12 de Novembro de 1928- açoitado por uma violenta tempestade, que lhe desequilibrou a carga e o fez meter água, o «Vestris» se afundou. O paquete navegava de Nova Iorque para River Plate com 326 pessoas a bordo, entre tripulantes e passageiros. Depois de ter lançado insistentes SOS's, apareceram no lugar do desastre (situado a 200 milhas ao largo de Hampton Roads, Virgínia) vários navios em seu socorro, que acabaram por salvar a maioria dos que viajavam a bordo. Houve, porém a lamentar a perda de mais de 100 vidas (entre 110 e 127, segundo as fontes). Nenhuma das 13 crianças que viajavam a bordo sobreviveu. E, das 33 mulheres que se encontravam no «Vestris», somente 8 delas lograram salvar-se. A imprensa foi muito crítica para com a tripulação do navio (que acusou de incompetência e de negligências várias) e para com a companhia armadora, que os jornais acusaram de ter sobrecarregado o navio e de ter descurado a segurança dos passageiros. A campanha dos jornais (sobretudo norte-americanos) foi de tal ordem, que os armadores do navio sofreram enormes prejuízos (devido à queda de receitas de bilheteira) e acabaram por encerrar a linha da América do sul, em 1929. Depois da catástrofe, os advogados das famílias das vítimas exigiram à Lamport & Holt mais de 5 milhões de dólares de indemnizações.

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