domingo, 15 de dezembro de 2013

«ORION»

Paquete britânico pertencente à frota da Orient Steam Navigation Company. Com 23 671 toneladas de arqueação bruta, o «Orion» media 203 metros de comprimento por 25 metros de boca. Em 1935, ano em que foi dado como concluído pelos estaleiros Vickers Armstrong, de Barrow-in-Furness (G.B.), este navio podia transportar mais de 1 400 passageiros, para além da sua tripulação normal de 466 elementos. O «Orion» -que foi concebido para as longas ligações entre a Europa e a Austrália- era gémeo do «Orcades», lançado em 1937. O seu sistema propulsor, que usava turbinas a vapor, desenvolvia uma potência de 24 100 shp; o que lhe permitia navegar à velocidade de 24 nós. Considerado «um marco na evolução dos modernos navios de passageiros» pela «Architectural Review», o «Orion» foi 'vestido' por Brian O'Rorke, um famoso 'designer néo-zelandês do tempo. De uma grande funcionalidade, beneficiando de ar condicionado em todos os camarotes (o que aconteceu pela primeira vez num navio britânico), este paquete foi um dos preferidos dos viajantes europeus que rumavam aos antípodas. O «Orion» também chegou a fazer, antes do segundo conflito generalizado, alguns cruzeiros, nomeadamente à Noruega, onde a beleza dos fiordes começava a atrair turistas. Requisitado (aquando da eclosão da guerra) para transportar tropas, este navio levou militares para vários destinos. No seu historial conta-se um abalroamento com o «Revenge», vaso de guerra de Sua Majestade, facto que obrigou o navio em apreço a recolher a um estaleiro sul-africano, onde sofreu trabalhos de reparação. O «Orion» esteve na evacuação de Singapura, levando para a Austrália muitos civis; que assim puderam escapar aos horríveis campos de prisioneiros nipónicos. Esteve também na chamada Operação Tocha, levando para a frente de combate do norte de África milhares de militares aliados. No final da guerra, estimou-se que este navio tenha transportado mais de 175 000 pessoas (essencialmente militares) e percorrido 380 000 milhas náuticas. De regresso à Europa, sofreu trabalhos de transformação (no estaleiro que o havia construído), que duraram um ano inteiro. Devolvido à vida civil, o «Orion» voltou à linha da Austrália (em 1947) e a dedicar-se, agora com maior frequência, ao negócio dos cruzeiros. Retirado do serviço activo em 1963, este paquete ainda foi utilizado, nesse mesmo ano, como hotel flutuante, aquando da Expo Internacional de Horticultura de Hamburgo. Após essa sua derradeira missão, o navio foi vendido como sucata e desmantelado em Antuérpia.

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