quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

«PIEMONTE»

Pouca coisa se sabe sobre as características físicas deste navio misto (velas/vapor). A não ser que tinha casco em madeira, deslocava 1 512 toneladas e arvorava dois mastros, uma altaneira chaminé (situada a meia-nau) e duas rodas laterais de pás. Sabe-se, igualmente, que esta embarcação estava equipada com 1 máquina a vapor de 519 cv. O «Piemonte» foi construído num estaleiro de Glásgua (Escócia) em 1851, para assegurar o serviço postal e o transporte de passageiros entre vários portos do Reino Unido. Uma década mais tarde, estava a operar no Mediterrâneo por conta de um armador de nome Rubattino. Encontrava-se no porto de Génova quando, na noite de 5 para 6 de Maio de 1860, foi investido (assim como o «Lombardo», da mesma empresa) por um grupo de homens de Giuseppe Garibaldi; que o colocaram ao serviço da causa desse grande obreiro da unidade italiana. Foi, pois a bordo, deste navio que Garibaldi viajou até à Sicília, aquando da famosa 'Expedição dos Mil'; que culminou com um desembarque dos bravos 'camicie rosse' em Marsala (11 de Maio de 1860). O «Piemonte», depois de abandonado pelos garibaldianos, foi alvo dos tiros do cruzador «Bourbon», que hasteava bandeira do Reino das Duas Sicílias e, posteriormente, rebocado para Nápoles. O seu legítimo proprietário (Rubattino) acabaria por receber uma indeminização de 150 000 libras pela perda do «Piemonte». Em 1861 foi reconhecido o seu valor histórico e foi recomendada a sua preservação. O que infelizmente não aconteceu, já que, em 1866, o navio foi desmantelado sem remissão.

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