domingo, 5 de julho de 2015

«LIDADOR»

Navio misto (vela/vapor) de bandeira brasileira, propriedade da Empresa Transatlântica de Navegação, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Foi construído num estaleiro londrino (Walker Shipyard) no ano de 1873. Com 1 208 toneladas de arqueação bruta, o «Lidador» media 78,76 metros de comprimento por 9,44 metros de boca. Tinha 2 mastros devidamente aparelhados (com pano redondo e latino) e estava equipado com 1 máquina a vapor de 140 cv e com 1 hélice. Colocado nas rotas europeias, ligava regularmente Portugal (sobretudo os Açores) aos portos brasileiros. Onde deixou inúmeros contingentes de emigrantes lusos. Foi durante uma dessas suas visitas ao porto de Angra do Heroísmo (na ilha Terceira) que, na noite de 6 para 7 de Fevereiro de 1878, o 'Lidador» foi surpreendido por um forte vendaval (designado localmente por 'vento carpinteiro'), que o arremessou contra uns recifes localizados em frente do forte de São Sebastião. A colisão com os rochedos provocou um rombo importante no seu casco de ferro, o que esteve na origem da inundação da casa da máquina e da explosão de uma caldeira. Apesar dessas avarias, o navio brasileiro ainda derivou para Oeste, indo colidir com uma embarcação inglesa, antes de naufragar a 50 metros de distância do cais da Figueirinha. Todos os passageiros (emigrantes açorianos) e tripulantes do navio -que se encontrava sob o mando do capitão António Borges Cabral, natural da ilha de Santa Maria- puderam escapar com vida ao desastre. O restos do «Lidador» repousam a 8 metros de profundidade. Foram alvo de várias expedições de carácter científico e estão agora abertos aos adeptos do mergulho desportivo. A área de naufrágio do «Lidador» está situada no Parque Arqueológico Subaquático da Baía de Angra do Heroísmo.

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