terça-feira, 23 de agosto de 2016

«TAGUS»

Transatlântico de bandeira britânica construído, em 1899, pelos estaleiros de Robert Napier Govan & Sons, de Glásgua. Era um navio com 5 545 toneladas de arqueação bruta, destinado a ligar -por conta da companhia Royal Mail Steam Packet- o porto inglês de Southampton às chamadas Índias Ocidentais. Media 125 metros de comprimento por 9,20 metros de boca e podia navegar à velocidade de cruzeiro de 15 nós. Logo em 1900, este navio foi requisitado pelo governo de Londres para transportar tropas (mas também material bélico e munições) para a África do Sul, onde se desenrolava a sangrenta Guerra dos Boers. Depois de terminado o conflito, o «Tagus» ('Tejo', na nossa língua) assegurou o retorno à Europa, mas também à Austrália e Nova Zelândia, dos soldados desmobilizados. Durante a Grande Guerra (1914-1918), este paquete funcionou como navio-hospital, sendo, para tanto, guarnecido com pessoal médico e de enfermagem e equipado com um número importante de camas e outro material indispensável ao acolhimento de doentes e feridos. Em 1920 -depois de um curto regresso à companhia de origem- o navio (que até então estivera registado em Londres) foi vendido à casa armadora espanhola (de Barcelona) Hijos de José Tayá; que o colocou na linha de Cuba e dos Estados Unidos. Empresa à qual o navio, agora chamado «Principe de Viana», deu inteira satisfação, assim como aos passageiros transportados. Que tinham a opção de viajar em 1ª classe (em número de 200), em 2ª  (30) e 3ª (250). A sua vida não foi, todavia, muito longa nesta companhia catalã, já que o ex-«Tagus» foi desclassificado em 1926 e desmantelado nesse mesmo ano. A fotografia anexada mostra o paquete em apreço na sua configuração de navio-hospital; com casco e infraestrutura pintados de branco e assinalados com grandes e visíveis cruzes vermelhas.

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